sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Na ponta do lápis

O nome da fera é Dalton Ghetti. É brasileiro, radicado nos Estados Unidos, em Bridgeport, Connecticut. Profissão: marceneiro. Que nada! O cara é artista mesmo, e dos bons! Ghetti usa agulhas de costura, lâminas de barbear e facas para fazer suas esculturas. Cada obra demora em média três meses para finalizar e ele nunca vendeu uma peça sequer. As que não guarda para si, presenteia os amigos. Delicie-se com seus lápis. Ele merece, você merece.

Quando a gente pensa que já viu tudo...

terça-feira, 27 de julho de 2010

A mulher Bradesco Prime tem um amante?

Se eu já acahava estranho o filme Brasdesco Prime - Órbita Homem, agora que vi o Órbita Mulher achei mais estranho ainda.

Na sequência de cenas do filme Homem, o início é no café da manhã em família, com uma filhinha. Depois, o homem viaja de avião, tem um almoço executivo, uma reuinão com a gerente do banco, uma apresentação de trabalho, chega em casa, lê para a filhinha e termina no home-theatre com um whisky pra relaxar. Ir pra cama com a mulher, nem pensar!

Mas o Órbita Mulher surpreendeu mais. Veja:



A mulher começa no café da manhã em família, com o marido e um casal de filhos, trabalha, consulta o home banking, faz compras, bota a filhinha na cama E SAI PARA JANTAR FORA COM UM HOMEM QUE NÃO VOLTA PRA CASA COM ELA!!! Termina ouvindo música e lendo um livro sozinha num quarto-escritório.

Gostaria muito de saber qual a mensagem que o Bradesco pretende dar com esses roteiros. Clientes Bradesco Prime têm família de manhã mas não têm à noite? Clientes Bradesco Prime têm duas casas, uma para a manhã outra para a noite? Clientes Bradesco Prime não trepam? Eu é que não quero ser cliente Bradesco Prime.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Quatorze

Ricardo Teixeira adora o charminho babaca de chamar a Copa do Mundo do Brasil de "a quatorze". Não creio que esteja querendo parodiar O Quinze de Rachel de Queiroz porque duvido que saiba o que é isso. O Quinze trata de pobreza, solidariedade e honra enquanto "a quatorze" é o inverso.

E agora "a quatorze" acaba de ganhar mais uma qualidade: vergonha. Com a decisão do presidente do Fluminense, do presidente da Unimed (este blog não usa a frescura de falar 'a patrocinadora') e do Muricy de não rescindirem o contrato, o Ricardo Teixeira levou uma torta na cara na frente de todo mundo. Fez papel de palhaço.



A soberba que o poder dos contratos da CBF lhe deu, insuflada pelos seus Bem Amigos baba-ovos, fez Teixeira acreditar-se acima do bem e do mal, o todo-poderoso. Escolheu seu treinador-tampão da hora, mandou um estafeta à meia noite para o estacionamento do Maracanã avisá-lo para comparecer à convocação de manhã, chamou um aspone como testemunha e divulgou que o Brasil já tinha um treinador para "a quatorze". Nem se deu ao trabalho de dar uma ligadinha pro insignificante presidente do clube onde o treinador trabalha, afinal presidente de clube não elege presidente da CBF, então foda-se. E de mais a mais, o Fluminense é um timeco, um clubeco, qualquer treinador vai querer trocar aquilo pela honra da "quatorze".

Só que ele estava lidando com um cara tipo O Quinze, pra quem honra é outra coisa. Um cara que simplesmente voltou pro seu trabalho, não pressionou o clube e os presidentes fecharam questão: foda-se a CBF também.

Muricy ainda pisou. "Eu acho impossível o Fluminense me liberar", disse ao Portal Terra depois que saiu da "reunião". E esmagou. "Se o Flu não me liberar, o papo vai ser encerrado. Eu tenho que dar exemplo para os meus filhos. O Fluminense me buscou em São Paulo e eu não posso deixa-lo na mão. Se o Flu não liberar, eu não vou".

Ô seu Teixeira! Vai ler O Quinze, vai. E vê se aprende, rápido. Se não, de vergonha em vergonha, calha do senhor ter que achar um lugar bem grande pra enfiar o que sobrar da sua "quatorze". Se sobrar.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Isto é uma bicicleta?

Sim, é uma bicicleta! E se chama Yike Bike. Foi criada pelo neo-zelandês Grant Ryan.



A Yike pesa 9,8kg, faz 20km/h, pode ser recarregada em 30 minutos, sua bateria de fosfato de lítio faz de 9 a 10km até a próxima recarga, evita gastos com combustível e não emite qualquer poluente. Para completar, em 15 segundos é possível dobrá-la e levar a tiracolo no metrô, no ônibus e até no elevador.

E ainda tem gente que não entende pra quê serve um designer.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Esse é profissional!

Da série "bom humor vende mais que mulher nua". Click ► "play"

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha primeira namorada não tinha rosto.

Eu tinha 6 anos, faz muito tempo. Minha mãe tinha que ir a um médico qualquer, então eu tive que ir com ela no consultório. Quando a secretária mandou minha mãe entrar para a consulta, eu fiquei sentado na sala de espera e me deram uma revista pra distrair. Eu já disse que tinha 6 anos, ainda não sabia ler. Era uma Manchete ou um O Cruzeiro, provavelmente uma Manchete, porque puxava o saco do Juscelino. Também já disse que faz muito tempo. Sem poder ler as palavras, comecei a folhear a revista e ver as fotos.

Foi aí que aconteceu. Uma foto em preto e branco mostrava uma estrada muito longa e reta, sem asfalto, no meio do nada, por onde passava um caminhão levantando poeira em direção ao infinito. Em primeiro plano, de costas para a lente, contemplando a passagem do caminhão, estava de pé uma menina da minha idade, de vestido muito curto e esfarrapado, de cabelos queimados pelo sol e desgrenhados pelo vento, segurando a mão de um garotinho de bumbum de fora, só de camiseta suja e sem manga, ambos descalços.

Fiquei paralisado a olhar aquela menina e seu irmãozinho, muito pobres, na beira de uma estrada poeirenta que parecia não levar a lugar nenhum. Nenhuma casa, nenhuma árvore, nenhum adulto na foto. O que faziam duas crianças sozinhas num local como aquele? Estavam abandonadas? Por quê suas roupas eram tão poucas e não tinham sapatos nem sandálias? Para onde estava indo aquele caminhão, se a estrada terminava num bico sob um céu imenso e sem nuvens lá no fim da foto? Por quê o caminhão não tirou as crianças dali? Ou será que foi o caminhão que deixou as crianças ali?

Senti meu coração apertado, fiquei com vontade de chorar. Olhei de rabo de olho para as outras pessoas na sala de espera do consultório, senhoras gordas e velhas de bochechas avermelhadas e roupas coloridas cada qual concentrada em sua revista, uma secretária de branco e óculos dourados muito sérios anotando palavras num caderno com um lápis preto. Baixei os olhos outra vez para a foto da menina. Sim, para mim aquela foto não era mais de uma estrada e um caminhão, era de uma menina da minha idade que não tinha vestidos bordados nem meias brancas com sapato de verniz como a minha irmã. Não tinha uma boneca nem uma amiga para brincar, só um irmão sujo e sem calças, de quem tinha que cuidar. E estava de costas.

Eu queria ver seu rosto, saber se tinha olhos grandes ou pequenos, claros ou escuros. Em seguida não queria mais ver seus olhos, achei que ela devia estar triste e chorando. E depois que o caminhão sumisse no infinito daquela estrada, para o quê ela iria olhar? O que iria comer, onde iria dormir? Quem faria a mamadeira do irmãozinho nu? E por quê minha mãe não saía nunca por aquela porta de madeira escura para me tirar de uma vez daquele lugar sombrio e silencioso? Mas no minuto seguinte eu não queria mais que minha mãe me tirasse dali porque a revista ficaria no consultório e eu nunca mais veria a minha menina da foto. Pois, é claro, aquela menina, agora, era minha e eu não poderia mais viver sem ela.

A porta de madeira escura se abriu e minha mãe saiu por ela. Um desespero enorme me ocupou e eu agarrei a revista contra o peito, o olhar assustado. Devia estar pálido, porque minha mãe logo me fez um carinho e disse “pronto, não demorei nada, não foi? Podemos ir para casa.” Mantive-me decididamente agarrado à revista enquanto levantava correndo para fugir dali. A secretária, o médico, o consultório, as velhas gordas e coloridas que se danassem, eu ia roubar a revista, virar ladrão, mas só o que me importava era salvar a minha menina daquilo tudo, ia levá-la pra minha casa e livrá-la daquela foto terrível. E nós dois iríamos ser felizes para sempre.

- Eu quero levar esta revista!

Todas as pessoas do mundo sabem que revistas de sala de espera de consultórios médicos são velhas e ultrapassadas, mas ninguém nunca parou para prestar atenção à primeira, novíssima, paixão avassaladora de um menino de 6 anos. Assim, a revista foi delicada mas firmemente retirada das minhas mãos e recolocada na mesinha de onde tinha saído. Minha mãe nem se deu ao trabalho de fechar a capa de novo e deixou o suave vestidinho de cetim e os cabelos cacheados e dourados da minha princesa encantada escancarados para os olhares insensíveis daquelas velhas horrorosas de sapatos apertados nos pés de banhas transbordantes, que só veriam duas crianças sujas e esfarrapadas.

Aos 6 anos aprendi o que é ter uma paixão perdida. Isso deve ter me ajudado, mais tarde, a absorver tantas desilusões no coração. Talvez tenha me tornado mais duro, talvez tenha me ensinado a compreender melhor os segredos das paixões, não sei. Minha primeira paixão durou meia hora, mas meu coração sofreu por uma semana. Será mesmo que foi só uma semana? Como já disse, eu tinha 6 anos e faz muito, muito tempo. E por que será que até hoje eu nunca me esqueci? E eu sequer vi o rosto dela.

Luiz Zerbini é melhor do que eu pensava.

Está rolando no MAM do Rio uma exposição imperdível pra quem gosta de artes plásticas. É a coletiva de sete contemporâneos que, mesmo nestes tempos multimidiáticos, ainda fazem da pintura a sua expressão. São eles Daniel Senise, Luiz Zerbini, Adriana Varejão, Jarbas Lopes, Vania Mignone, Eduardo Berliner e Gustavo Speridião. Todos feras. A mostra vai até dia 15 de agosto. Sigo e recomendo. Mais informações no site do MAM.

Mas o que eu queria dizer não era isso. É que se eu já gostava do trabalho do Luiz Zerbini, depois de ver esta tela passei a considerá-lo mais ainda. Ele e eu temos, além da arte na veia, uma coisa em comum que eu desconhecia. Adivinha qual é?



O Hamlet contemporâneo não segura caveirinha não, 1994. acrílica sobre tela. 195,5 X 622 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand MAM RJ (detalhe)



Não percebeu? Então olha o detalhe:



Parabéns, Zerbini, por mais esta excelente preferência!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Onde é que enfia o dedo do meio?

(carta a Cristiano Ronaldo Júnior, escrita em sua língua natal)

Cristianito, meu puto,

Quando tu já fores um chaval, vai-te orgulhar do teu papá. Ele terá sido um grande futebolista, um dos melhores de todos no seu tempo. Terá feito muitos golos por seus clubes e pela equipa-de-todos-nós, defendido a "cinco quinas" em muitos campeonatos do mundo e ganho muitos mil milhões de euros. Muitas catraias terão caído aos seus pés, inclusivé a tua mamã.

Ele terá te ensinado a jogar à bola, pago as melhores escolas, coberto-te de belos regalos e não te terá faltado conforto, luxo e riquezas, que a ele faltaram quando era miúdo.

E quando estiveres a folhear o álbum de fotografias da família, em que esta aí abaixo será certamente uma das primeiras, será que fazes a ele uma pergunta por mim?.

"Onde se enfiam os dedos do meio eu já sei, mas como é que ele se consegue lhes enfiar com os telemóveis à mão?"


Foto retirada do Globo.com

Atentamente

Titi Renato

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Novo uniforme do Bruno ainda não está à venda.

O BláBláBlog! não tem a pretensão de julgar, mas tem direito de comentar qualquer coisa que me dê na veneta. E não abre mão do humor de jeito nenhum. Não vou repetir piadinhas de humor negro porque o caso envolve um bebê de cinco meses de idade. Aliás, o bebê é o único indivíduo nessa cagada toda que merece respeito. Ninguém mais, de ponta a ponta, polícia ou bandido, de qualquer lado. Só o bebê.

Dito isto, vamos ao que interessa aqui. O que eu quero dizer é que não vou me surpreender se dentro de poucos dias começarem a ser vendidas (e compradas, o que é pior!) nos camelódromos da vida a nova camisa do Bruno. Nem preta, nem amarela, com um novo patrocinador e com um número pouco usual para um goleiro. Pelo menos eu, que acompanho futebol há algum tempinho, nunca vi um goleiro com o número 326944.



Mas esse Bruno é sempre cheio de surpresas, vá a gente acreditar!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Homens de Marte, mulheres de Venus

Bruno Bozzetto é um dos meu ídolos do design e do humor satírico.



Homens e mulheres, quem não se vê um pouquinho aqui?

sábado, 3 de julho de 2010

Bicicleta dobrável futurista que se transforma em um carrinho de supermercado

Minha amiga twitter Miriam Benke mandou (via twitter) esta preciosidade:



Mais informações sobre esta bicicletinha que se transforma em carrinho de supermercado, clique aqui.

Bom saber que há gente interessada em bom deisgn. Obrigado, Miriam!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A melhor trepada no elevador

Sem comentários. Click play.



Enviado para o BláBláblog! por Valéria. Você envia, o BláBláBlog! publica.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Meu vizinho Marco Antônio e a Copa do Mundo

Acima do meu ateleier, mora um menininho de 3 anos chamado Marco Antônio. No último natal, Marquinho ganhou de presente (de alguma titia ou vovó, jurou-me o pai) uma flautinha. Entre carrinhos, bolas e super-heróis, o presente que mais o Marquinho adorou foi a flautinha. Uma flautinha daquelas monótonas, cujos furinhos não são furinhos, são rodinhas de plástico adesivo. O único som que a flautinha do Marquinho emite é “fuuuuuu”.

Todas as manhãs, desde o natal passado, eu convivo com o “fuuuuuu” “fuuuuuu” da flautinha do Marquinho. Pelo que percebo das vozes que vêm de cima, o “fuuuuuu” não é irritante só pra mim. Volta e meia, alguém toma a flautinha do menino para se livrar do “fuuuuuu”. Mas piora. O “fuuuuuu” é substituído por um berreiro de manha ensurdecedor, que acaba convencendo o adulto a devolver a flautinha ao Marquinho. E tome “fuuuuuu”!

Aos poucos, fui aprendendo a conviver com a flautinha do pequeno Marco Antônio. Compreensivo com as crianças, convenci-me de que se ele gosta tanto da flautinha, por quê privá-lo? É uma criança, tem direito de se divertir... Passei a ligar a música do meu atelier um pouco mais alta, às vezes trabalho escutando um noticiário de Tv, coisas assim, simples, que acabam abafando um pouco o “fuuuuuu” “fuuuuuu” da flautinha do Marquinho. E como o ser humano se adapta a tudo, adaptei-me ao “fuuuuuu” , esperançoso de que um dia ele ganharia de presente um brinquedo que acabasse por substituir a flautinha na sua predileção. E não é que acertei em cheio?

Ontem o Marco Antônio ganhou uma vuvuzela.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Por que eu não gosto do Dunga.

Ainda não li nem ouvi nenhum dos pofricionais de inprença levantar a voz sobre um tema terrível: O mal que as dungadas estão fazendo no ânimo do torcedor no Brasil.

Primeiro porque ninguém aqui acredita que essa merda vai longe. Depois porque há muito tempo que a galera perdeu o tesão de assistir jogos da "seleção".

Muitas vezes, a seleção saiu do Brasil desacreditada, sempre teve quem reclamasse de uma ou outra ausência ou de uma ou outra presença nos times. Bota ponta! Leva o Romário! Fora Dario! Waldormiro não! etc etc Mas quando ia chegando a hora, neguinho decorava as casas, pintava o asfalto das ruas, fazia bonequinho, pipa, balão, armava palanque com telão e tudo o que a gente já viu aos montes.

Na semana anteiror à estréia de ontem, nenhum murmúrio. Ontem, ruas vazias, bares mais ou menos cheios (mas não lotados). Pra dar audiência num mega telão da praia de Copacabana, foi preciso armar um show de pagode antes. Quando é que o futebol precisou de acessórios pra juntar multidões?

Ontem, olhei pela janela quando o jogo ia começar. Oito gatos pingados, três deles de camisa amarela estavam no bar do outro lado da calçada. Oito. No gol do Brasil, nada de fogos, morteiros, apenas uns gritos. Quando acabou o jogo, a rua ficou deserta.



Liguei pra alguns amigos, pra tentar marcar um chopp pra fofocar. Nada! Todo mundo preferiu tirar uma soneca, brincar com os filhos e outras rotinas. Era dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo!!!

Fiquei pensando... Que grande filha da puta é esse Dunga, que muito mais que arrebentar com o futebol brasileiro, conseguiu brochar a maior paixão nacional!

Não vou me surpreender se começar a aparecer gente torcendo contra. Dunga é prepotente demais pra se dar conta que nenhuma paixão atura uma traição sem acabar em vingança. Que Deus o proteja quando o caldeirão virar. Ou não.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Palmas para "Hands"!

A agência de publicidade BBDO criou a campanha "Hands" para a operadora de celulares AT&T com dois objetivos: demonstrar a portabilidade do celular e afirmar a sua presença em todo o mundo. Recebeu vários prêmios internacionais e foi considerada a melhor de 2009 pelos americanos.

Não vou comentar mais. Veja o fantástico resultado, resumido em algumas peças. (é preciso clicar no 'play')

terça-feira, 1 de junho de 2010

Que merda!!!

A FIFA registrou isto aí abaixo no Office of Harmonization for the Internal Market - o Escritório de Marcas e Registros de Design da União Européia - como LOGO OFICIAL DA COPA DO MUNDO DE 2014!!!



Olhando para esta merda, tento imaginar qual será o país de cores verde, amarela e vermelha, sem nome, que sediará aquela Copa?

Ninguém divulgou o nome do autor, portanto minha crítica não é pessoal. Mas eu sei quem foi a "Comissão de Notáveis" que se reuniu pra escolher 'isto' entre sete opções: Ricardo Teixeira, Jerôme Valcke (secretário executivo da FIFA), Paulo Coelho, Ivete Sangallo, Gisele Bündchen, Hans Donner e... PASME, Oscar Niemeyer! Que companhias, ein 'seu' Oscar!

Duas observações me vêm à cabeça: Primeira, o motivo da inspiração do design deve ter sido bem brasileiro: "Vamos pegar a taça na mão-grande!" A outra é que se essa coisa horrível era a melhor das sete opções, o Brasil anda muito mal de designers!

Bola fora!

Para quê serve o design?

Entre outras coisas, para isto!



O Hiriko Citycar foi projetado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), que não divulgou o nome dos designers. Mostrado na semana passada na Alemanha, já está sendo produzido na Espanha com lançamento-teste previsto para 2012 em cinco cidades do mundo. Tem espaço para duas pessoas e o motor é elétrico.

Antes de nascer, porém, o Hiriko já herdou um problema, que não pode ser resolvido pelos designers. Segundo a UCLA (University of California, Los Angeles) os carros elétricos, por serem silenciosos, podem chegar 40% mais perto de pedestres sem serem notados. Os fabricantes estão estudando uma forma de incluir som artificial nos carrinhos, para evitar atropelamentos. Esperemos que os tais sons não venham substituir a poluição sonoroa dos motores a combustão.

Preciso dizer que ele é dobrável para melhor aproveitamento dos espaços de estacionamento? Claro que não, você já viu o vídeo, não viu?

Parabéns, projetistas do MIT.

domingo, 30 de maio de 2010

Quem conhece o Go-go Mobile?

Filme de TV das Páginas Amarelas na Europa, no início da década de 1990. Adoro anúncios ingeligentes!



Desculpem-me os autores e produtores, mas não tenho a ficha técnica. Vale, pelo menos, o registro.

sábado, 29 de maio de 2010

Julio César define Jabulani como "horrorosa". Felipe Mello acha que é "patricinha".

Patricinha horrorosa. Se antes disso já estava difícil, agora mesmo é que eu quero ver a seleção comendo a bola nessa Copa...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Alberto Magnelli no CCBB

Alberto Magnelli (1891-1971, italiano radicado na França) é um dos meus ídolos do construtivismo. O outro é Samson Flexor (1907-1971, romeno radicado no Brasil). Pude ver algumas das obras de Flexor no Instituto Moreira Salles do Rio, em 2009. Babei!!!

Agora vou poder ver o Magnelli! O Centro Cultural Banco do Brasil pormove exposição inédita, reunindo 68 obras produzidas no período de 1913 a 1950, deste gênio que foi contemporâneo de Picasso, Léger e Matisse (pouqinho, não?). Quem mora no Rio ou vai estar de passagem até 4 de julho não pode perder. Providência importante: Comprar lenços de papel Kleenex na farmácia, pra secar o queixo.

Abaixo, uma prévia só pra dar água na boca. É preciso clicar no "play". Deleitem-se!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Designers e designs

Quer ser designer? Diga a todo mundo que criou um conceito de simplicidade e acessibilidade, pegue um serrote e... pronto! Não esqueça de falar em sustentabilidade, perfeição de proporções e cuidadoso acabamento. Ah, obrigatório ressaltar que seu projeto se enquadra em qualquer ambiente.



Mas criar e realizar um projeto é outra coisa. E quando um projeto é bem feito, não precisa dizer nada, apenas mostre-o.



Ser designer é fácil. Fazer design é que são elas!

Mesa com cadeiras, projeto de Seth Eshelman; Chaise Longue, projeto de Daniel Michalik

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A melhor ilusão de ótica do mundo!

Um pouco de design não faz mal a ninguém. Não vou gastar tempo de ninguém discorrendo blablabla sobre projetos de design. Entretanto, leigos ou iniciados não podem deixar de - pelo menos - apreciar esta pequena preciosidade. Como designer eu não apenas aprecio, mas me delicio:



Esta peça foi campeã do Concurso de Ilusões de Ótica de 2010. Desenvolvida pelo Japonês Koukichi Sugihara, do Instituto Meiji para Estudos Avançado de Ciências Matemáticas.

domingo, 23 de maio de 2010

sábado, 22 de maio de 2010

O melhor filme publicitário que eu já vi

Faz muito tempo, foi em Cannes 1991. No Festival de Filmes Publicitários, não venceu o prêmio máximo, mas até hoje nunca vi uma criação e, principalmente, uma produção que mais tivesse me impressionado. Divido com você meu deleite.



Viu? Então veja de novo e de novo e de novo (lembre-se de que o tema é "On and on and on and on, and so on..."). Mas desta vez preste atenção aos movimentos dos personagens. Eles saem e entram em cena várias vezes, no primeiro plano e lá atrás no plano de fundo, saem e entram na casa, repetem e repetem seus movimentos SEM QUE A GENTE PERCEBA QUALQUER CORTE NA CÂMERA. É coisa de gênio! Não sei quem criou, não sei quem produziu. Dou meus parabéns a eles. Em minha memória vai ficar pra sempre.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Temer é o vice na chapa dela.

Lula governou com nove dedos. Dilma e Temer querem economizar.

Abaixo, o programa de governo de participação popular, cada qual com a sua parte.



Ao menos é um programa que vai direto ao ponto.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Serra e o futuro da nossa Economia

Não faça empréstimos nem financiamentos no governo Serra!



Pobre Brasil! Isto pode acabar sendo presidente da República...

sábado, 15 de maio de 2010

Dilma e Lula continuam apelando

1) Transcrito da coluna de Fernando Barros e Silva - Folha de S. Paulo

Mandela no liquidificador.

Lula comparou Dilma Rousseff a Nelson Mandela no programa de TV do PT, anteontem à noite. É um disparate. A comparação entre o próprio Lula e Jesus Cristo, de que ele tanto gosta, soa menos extravagante. Ou, para falar em lulês: Dentinho pode fazer um gol extraordinário, um gol de Pelé. Continuará sendo Dentinho...

Mandela e Dilma participaram nos anos 60 de grupos adeptos da luta armada em seus respectivos países -num caso contra o governo racista, no outro contra a ditadura. Ambos foram presos políticos. Fim das "coincidências". Mandela já era uma liderança contra o apartheid na África do Sul quando foi detido. Permaneceu quase três décadas na cadeia e saiu de lá para se consagrar como um dos mitos do século 20.

Ou, como disse Lula na TV: "O tempo passou e o que aconteceu? Mandela virou um dos maiores símbolos da paz e da união no mundo". E, no caso de Dilma, o tempo passou e o que aconteceu? Nada. Pelo menos nada que merecesse registro histórico até que Lula a retirasse do anonimato para inventá-la como candidata. Tudo isso a partir de 2006, depois que os nomes até então cotados no PT foram inviabilizados numa nuvem de escândalos.

Aproximar as biografias de Dilma e Mandela é mais ou menos como colocar no site oficial da candidata a foto de Norma Bengell durante a Passeata dos Cem Mil. A imagem induz quem olha a achar que aquela é a petista, e não a atriz. Inventa-se, assim, uma Dilma fictícia.

Disso Paulo Maluf entende. Sempre que é cobrado sobre Celso Pitta, ele jura que também se decepcionou muito com o afilhado. Mas faz questão de repetir o conselho que teria dado quando escolheu um sucessor negro: "Falei nos olhos do Pitta: se você for um bom prefeito, vai se eleger governador de São Paulo. Se for governador, vai se tornar o Nelson Mandela brasileiro".

Lula, é claro, não é Paulo Maluf. E Dilma, é óbvio, é bem diferente de Celso Pitta. E o leitor já deve estar perguntando o que é que Nelson Mandela tem a ver com tudo isso.

2) Transcrito da coluna de Augusto Nunes - Veja

A comparação que estuprou a verdade é um insulto a Mandela

O presidente Lula precisou de duas frases e uma comparação infamante para afrontar a Justiça Eleitoral, escancarar a própria indigência intelectual e assassinar a verdade: “Uma parte da história da Dilma me lembra muito a do Mandela”, disse no programa ilegal do PT. “Uma vez o Mandela me disse que só foi para o confronto quando não deram outra saída para ele”. O estupro da História foi chancelado pela candidata que mente como quem respira: “Eu lutei, sim. Pela liberdade, pela democracia”.

A comparação é mais que uma impostura atrevida, é mais que outro estelionato eleitoreiro. É um insulto ao homem que redesenhou o destino da África do Sul. Nelson Mandela lutou pelo fim do apartheid, pela restauração da liberdade e pelo nascimento do regime democrático. Dilma Rousseff serviu a grupos radicais que queriam trocar a ditadura militar pela ditadura comunista. Ele aceitou o confronto depois de propor todas as soluções pacíficas possíveis. Ela aderiu à luta armada em 1967, um ano antes da decretação do AI-5.

Mandela protagonizou combates reais. Dilma não passou de figurante em assaltos a bancos e cofres particulares. Ele ficou preso 27 anos por liderar a imensa maioria negra. Ela ficou três anos na cadeia por obedecer a extremistas ignorados pelo povo. Mandela venceu. Dilma perdeu. A ditadura militar foi derrotada pela resistência democrática de que jamais participou.

Mandela chegou ao poder pela vontade popular. Dilma, que nunca disputou nem eleição de síndico, é fruto da vontade de Lula. Ele negociou com os carcereiros brancos a extinção do apartheid. Ela despreza os democratas que negociaram a anistia de que foi beneficiária e declara guerra a todos os oposicionistas. Mandela é um grande orador, um líder vocacional e um político sedutor. Dilma não diz coisa com coisa, faz tudo o que manda o mestre e tem a simpatia de um poste.

Nelson Mandela é um estadista. Dilma Rousseff é uma farsa.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Helio Oiticica derrota o Inferno outra vez

Eu iniciei a minha vidinha de artista plástico aos seis aninhos, quando minha mamãe contou pra vizinha D. Lurdes que estava preocupada com o Renatinho porque viu um desenhinho meu de uma casinha com janelinhas no centro de um jardinzinho cheio de arvorezinhas e florezinhas, com umas montanhinhas sob um céu de nuvenzinhas ao fundo. A preocupação era que a casinha tinha uma frente enorme e terminava pequenininha. “Será que o Renatinho tem algum problema...?”

A D. Lurdes era ninguém menos do que a destacada artista contemporânea Maria de Lourdes Mader Pereira Novaes que, ao olhar para o ‘desenhinho’, viu que eu tinha feito uma paisagem em perspectiva. Fui recrutado, desde então, a ter aulas de artes com a D. Lurdes e sou honrado por ter sido o primeiro aluno (cronologicamente falando, é claro) do histórico Atelier Livre de Artes Plásticas - ALAP, mais tarde Centro de Arte Contemporânea - CEAC. Com menos de dez anos, fui apresentado a uma coisa chamada ‘oiticica’. É claro que eu achava que ‘oiticica’ queria dizer maluquice. Depois soube que Oiticica era uma pessoa, um artista. Que eu chamava de ‘seu’ Titica. De qualquer jeito, pra minha inocência infantil, era um maluco.



Quando mais tarde – bem depois da morte dele – eu comecei a fazer as minhas próprias maluquices, mesmo sem ainda entendê-las, compreendi a genialidade de Helio Oiticica, por ter dado – como tantos antes dele – um passo à frente, condição fundamental para que a arte permaneça sempre viva. Quem dera eu! Não vou perder meu tempo nem o das minhas duas leitoras em adjetivar a grandeza de Helio Oiticica apenas como ‘pósconcretista’ ou ‘antiartista’, coisas de críticos de arte – dos quais eu não gosto e é mútuo.

Agora vem um incêndio e surrupia dos mortais uma coleção inestimável de obras do meu ‘seu’ Titica. Ó, minhas duas leitoras, acreditem: quando eu soube, agora burro velho, fiquei sem ar, chorei feito o Renatinho da casinha com janelinhas e nuvenzinhas. Eu, que sempre achei que depois de morrer, meus quadros me carregariam através dos tempos. Mas, de repente, vem um fogo e...

Só sosseguei o espírito quando me dei conta de que quanto mais morra a carne do homem e quanto mais o fogo queime suas obras, ainda assim, a nossa (que pretensão minha, ein ‘seu’ Titica!) inspiração, a nossa inquietação, a nossa maluquice enfim, mais a nossa arte vai perambular por aí levando luz, inclusive até aos demônios, para sua derrota. Só sosseguei porque entendi que a obra de Helio Oiticica queimou, mas ele ganhou do Inferno outra vez.

Desculpem o desabafo. Ufa!

Como é que ele sabia???

Há mais ou menos oitenta anos atrás, muito antes da segunda guerra, muitíssimo antes da guerra fria, o cara escreveu este poema. Como é que ele sabia que, depois da guerra fria, depois da globalização, a gente seria exatamente assim?



Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possiblidade do soco;
Eu que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu que verifico que não tenho par nisto neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo,
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu um enxovalho,
Nunca foi senão princípe - todos eles princípes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,
Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Quem contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó princípes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde há gente no mundo?

Então só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa